Direito era o curso dos meus sonhos?
A resposta é simples: não, eu nunca sonhei em cursar direito ou em trabalhar na área jurídica. Eu nem sei se eu realmente gostava do curso. Pensei em desistir no meio da faculdade por diversas vezes. O meu encantamento pelo curso veio quando comecei a entender o Direito na prática.
Quando criança eu sonhava em ser Dentista. Mas, essa opção seria logo descartada pela minha falta de simpatia pelas matérias vinculadas à biologia e pelo custo do curso. Logo, descobri o meu amor por história, geografia, comunicação e ciência política. Durante a infância, trabalhei na televisão. Durante três anos eu fiz parte do casting de um programa infantil da Paraíba. Também tinha uma facilidade enorme em aprender idiomas e escrever redações. Eu era o tipo de pessoa que ganhava concursos de redação na escola e tirei 1.000 na Redação da prova do ENEM. Eu tinha fome de leitura. Inclusive, fui contratada pela minha escola para ser monitora de redação quando conclui o ensino médio. Eu fui o tipo de adolescente que pedia um livro de Luiz de Camões no dia das crianças, e esse interesse foi sempre alimentado pela minha mãe. Minha mãe, Eliana Albuquerque, desde que eu não sabia ler, incentivava a leitura. A primeira coleção de livros que ganhei eram da Editora Globo. Eram histórias infantis acompanhadas de uma fita cassete. Eu não sabia ler, mas acompanhava as gravuras dos livros. E assim, veio uma simpatia mais que eterna pelo mundo da literatura.
Diante de tudo isso, eu decidi que queria ser jornalista. Contudo, não recebi apoio da minha mãe, pois na época do meu vestibular já existiam rumores que não seria necessário um diploma para ser jornalista no Brasil. Mamãe, que é advogada, e que tinha mais experiência de vida e de mercado do que eu no auge dos meus 17 anos, me orientava: "Talitha, faz outro curso para garantir um diploma. Depois você faz Jornalismo. Tenta Direito. Tem tudo a ver com você. Você gosta de ler, de escrever e de falar. Advogado faz tudo isso também." Mas, fiz vestibular para Jornalismo na UEPB e na UFPB. Minha mãe, então, me inscreveu no vestibular de Direito do Centro Universitário de João Pessoa. Era a melhor universidade particular do meu estado. Ela disse "tenta", é só uma tentativa. No final, você escolhe.
Na minha cabeça de 17 anos, meus planos de ser âncora do Jornal Nacional continuavam. Fiz o vestibular das públicas, mas não passei (por intervenção divina) na UFPB. Fui a primeira pessoa da lista de espera, e não fui chamada. Nessa época existia o sistema de PSS, onde o vestibular era divido nos três anos. Eu preferi reaproveitar as notas e fazer apenas a prova do terceiro ano. Talvez, esse tenha sido o meu erro.
Passei na UEPB no curso de Comunicação Social (que era a minha primeira opção), pois além de trabalhar na Globo eu queria ser independente e morar sozinha aos 17 anos. Minha mãe, então, me colocou em um ônibus para Campina Grande-PB para que fizesse a minha matrícula no tão sonhado curso que me levaria à Globo. Minha carreira de jornalista durou apenas 1 dia. A universidade estadual estava sucateada na época, não consegui me matricular, pois havia apenas um computador e esse estava quebrado. Quando consegui, após retornar à universidade, não tive acesso ao meu horário, pois a impressora da faculdade estava quebrada. Comecei a olhar as condições em que eu viveria e a estrutura da faculdade. Também realizei que nāo seria tão divertido assim morar sozinha. Foi quando liguei para minha mãe e disse: "eu faço o curso que você quiser, mas me tira daqui."
Então, voltei para João Pessoa para cursar Direito no Centro Universitário de João Pessoa. Uma universidade com uma estrutura fantástica em que eu desenvolveria todo o meu potencial. Eu era uma menina, aos 17 anos não pude nem assinar o contrato com a universidade sozinha. Iniciei o curso, mas ainda não estava satisfeita. No terceiro semestre ainda chorava bastante pensando em desistir. Mas, tive paciência. Sabe, uma coisa que aprendi nesses anos de vida é que paciência e tempo são ingredientes importantes para nos sucedermos.
No próximo post, contarei sobre como foi meu caminho durante o curso e quando, finalmente, comecei a gostar de Direito. Aguardem!!!
É verdade, pessoal, a Talitha cursou Direito por pura e espontânea pressão.
ResponderExcluirComo eu sou advogada, sonhava em tê-la um dia trabalhando ao meu lado.
O sonho se concretizou e, por um tempo tive a honra de trabalhamos juntas.
Inteligente, esforçada, dinâmica, raciocínio rápido, empreendedora,boa redação e com o Dom da Palavra era tudo que eu precisava no escritório. Logo entreguei a administração do escritório em suas mãos.
Administrou com maestria. Mas, desistiu do escritório e foi fazer carreira solo. Rsrsrs sempre quis ser Independence.
Foi para defensoria pública, Procon e depois para o Ministério Público.
A Talitha, sempre foi muito centrada. Até hoje os clientes me perguntam por ela. A vc Filha, toda minha gratidão por tudo. Bjs te amo. Eliana
Eu estava emocionada com a história, como o destino cria jeitinhos de nos colocar no lugar certo, aí li o comentário da sua mãe e estou chorando rsrs.
ResponderExcluirMuito sucesso a vocês duas. Ambas são inspiração!
Amando seu blog!