Bacharelado em Direito no Brasil II


Quando comecei a gostar do curso de Direito?  


Conforme relatei no post anterior, eu não gostava do curso de DIREITO e minha mãe foi o único motivo de eu não desistir nos dois primeiros anos. Ela comentava: “Talitha, você nasceu para ser advogada, você apenas não sabe disso. Você vai ver.”  Apesar de não gostar do curso, eu era uma boa aluna, pois para mim era melhor passar nas matérias do que me torturar ainda mais estudando para uma prova final. Foi então, que comecei a buscar estágios, talvez na prática, o Direito fosse mais interessante. E foi assim que se iniciou o meu amor pelo curso.

Estágios e Trabalho


1.     O meu primeiro estágio se iniciou na Sala dos Advogados da OAB-PB. Eu estava no terceiro período de Direito. Eu estudava à noite e estagiava de 12:00h às 18:00h. Eu ia para universidade de van universitária. Tinha aula de 19:00h às 21:00 ou 22:00h. Sim, eu estagiava o dia todo, e estudava à noite. Na volta da universidade, ainda esperava a van deixar as outras meninas em casa. Era extremamente cansativo. Mas, minha educaçāo era muito rígida. A minha mãe era o tipo de pessoa que ensinava a pescar. Então, por exemplo, não ganhei carro quando fiz 18 anos. E andei de ônibus durante o Ensino Médio. Às vezes, eu ia de carona para escola com a minha mãe, ou ela ia me buscar. Ela também sempre trabalhou bastante, pois me criava e sustentava sozinha desde que se divorciou do meu pai.

2.     Com o tempo, estagiar e estudar, sem ter tempo de jantar, se tornou bastante cansativo. Então, comecei a tentar transferência para o período da manhã. Uma vaga na Sala dos Advogados da OAB/PB na Justiça do Trabalho foi aberta e consegui ser transferida. Aquele era o lugar perfeito para mim, pois o prédio era situado no mesmo Shopping em que ficava o escritório da minha mãe (e agora eu poderia ir para o trabalho com ela). Estagiei no local por alguns anos. Foi uma experiência maravilhosa, pois além de ajudar os advogados, também fiz bastante networking.

Dica: Não seja tímido. Aproveite o contato com advogados para ampliar sua rede profissional.

3.     A Dra. Fátima Lopes se tornou Defensora Pública Geral do Estado da Paraíba. Sempre reforço que somos observados o tempo inteiro. Ela me conhecia e acompanhava o meu desenvolvimento acadêmico. Dra Fátima me convidou para trabalhar no Estado da Paraíba, como Auxiliar Administrativa, em um cargo comissionado. Saí do estágio da OAB/PB e assumi o cargo administrativo, fui designada para trabalhar no Procon Estadual da Paraíba.

4.     O Procon Estadual da Paraíba, foi uma grande escola. Apesar de ter sido designada para trabalhar no setor administrativo, devido ao meu background jurídico fui transferida para o atendimento. Trabalhava com os outros estagiários de Direito preenchendo reclamações, iniciando processos, atendendo o público e ligando para empresas. Sem dúvidas foi um dos melhores lugares que trabalhei. Eu adorava ajudar os consumidores, principalmente os mais humildes. Era engraçado, pois eles sempre voltavam com “presentes” no dia seguinte, eles se sentiam gratos pelo auxílio. Já ganhei Caixa de Bombons, Pinha, Frutas, Biscoitos…Como não amar o curso de Direito? Percebi que ele me faria ajudar outras pessoas.  E isso me fazia realizada.

5.     Do atendimento, fui transferida para a Mediação. Meus chefes começaram a avaliar o meu desempenho no atendimento. E perceberam que eu tinha capacidade de ser mediadora e fazer audiências sozinhas. Já realizei audiências até em inglês.

6.     Mais uma vez, fui removida administrativamente. Dessa vez, fui chamada para trabalhar na Defensoria Pública da Paraíba como Assessora Técnico-Jurídica, julgando recursos de Segundo Grau do Procon Estadual. Continuava trabalhando, estudando normalmente, e indo para universidade de van.

7.     Eu me programei para parar de trabalhar no ultimo ano do curso, pois queria estudar para OAB e escrever minha monografia sem me preocupar com outros compromissos. Deixei o trabalho no Estado e comecei a focar apenas na universidade.

 Dicas valiosas:

- Dê sempre o seu melhor. Sempre existirá alguém no mundo que irá reconhecer o seu esforço.

- Não deixe o foco no dinheiro, principalmente enquanto você é apenas estudante. Aproveite boas oportunidades, independente do pagamento.

Seja bom aluno e tire boas notas. Principalmente, se você deseja estudar no exterior. Ser estudioso durante a faculdade, te abrirá portas incríveis no futuro.

Lembre-se: suas notas devem ser proporcionais ao tamanho dos seus sonhos. 



Bacharelado em Direito no Brasil

Direito era o curso dos meus sonhos?

A resposta é simples: não, eu nunca sonhei em cursar direito ou em trabalhar na área jurídica. Eu nem sei se eu realmente gostava do curso. Pensei em desistir no meio da faculdade por diversas vezes. O meu encantamento pelo curso veio quando comecei a entender o Direito na prática.

Quando criança eu sonhava em ser Dentista. Mas, essa opção seria logo descartada pela minha falta de simpatia pelas matérias vinculadas à biologia e pelo custo do curso. Logo, descobri o meu amor por história, geografia, comunicação e ciência política. Durante a infância, trabalhei na televisão. Durante três anos eu fiz parte do casting de um programa infantil da Paraíba. Também tinha uma facilidade enorme em aprender idiomas e escrever redações. Eu era o tipo de pessoa que ganhava concursos de redação na escola e tirei 1.000 na Redação da prova do ENEM. Eu tinha fome de leitura. Inclusive, fui contratada pela minha escola para ser monitora de redação quando conclui o ensino médio. Eu fui o tipo de adolescente que pedia um livro de Luiz de Camões no dia das crianças, e esse interesse foi sempre alimentado pela minha mãe. Minha mãe, Eliana Albuquerque, desde que eu não sabia ler, incentivava a leitura. A primeira coleção de livros que ganhei eram da Editora Globo. Eram histórias infantis acompanhadas de uma fita cassete. Eu não sabia ler, mas acompanhava as gravuras dos livros. E assim, veio uma simpatia mais que eterna pelo mundo da literatura.

Diante de tudo isso, eu decidi que queria ser jornalista. Contudo, não recebi apoio da minha mãe, pois na época do meu vestibular já existiam rumores que não seria necessário um diploma para ser jornalista no Brasil. Mamãe, que é advogada, e que tinha mais experiência de vida e de mercado do que eu no auge dos meus 17 anos, me orientava: "Talitha, faz outro curso para garantir um diploma. Depois você faz Jornalismo. Tenta Direito. Tem tudo a ver com você. Você gosta de ler, de escrever e de falar. Advogado faz tudo isso também." Mas, fiz vestibular para Jornalismo na UEPB e na UFPB. Minha mãe, então, me inscreveu no vestibular de Direito do Centro Universitário de João Pessoa. Era a melhor universidade particular do meu estado. Ela disse "tenta", é só uma tentativa. No final, você escolhe. 

Na minha cabeça de 17 anos, meus planos de ser âncora do Jornal Nacional continuavam. Fiz o vestibular das públicas, mas não passei (por intervenção divina) na UFPB. Fui a primeira pessoa da lista de espera, e não fui chamada. Nessa época existia o sistema de PSS, onde o vestibular era divido nos três anos. Eu preferi reaproveitar as notas e fazer apenas a prova do terceiro ano. Talvez, esse tenha sido o meu erro. 

Passei na UEPB no curso de Comunicação Social (que era a minha primeira opção), pois além de trabalhar na Globo eu queria ser independente e morar sozinha aos 17 anos. Minha mãe, então, me colocou em um ônibus para Campina Grande-PB para que fizesse a minha matrícula no tão sonhado curso que me levaria à Globo. Minha carreira de jornalista durou apenas 1 dia. A universidade estadual estava sucateada na época, não consegui me matricular, pois havia apenas um computador e esse estava quebrado. Quando consegui, após retornar à universidade, não tive acesso ao meu horário, pois a impressora da faculdade estava quebrada. Comecei a olhar as condições em que eu viveria e a estrutura da faculdade. Também realizei que nāo seria tão divertido assim morar sozinha. Foi quando liguei para minha mãe e disse: "eu faço o curso que você quiser, mas me tira daqui."

Então, voltei para João Pessoa para cursar Direito no Centro Universitário de João Pessoa. Uma universidade com uma estrutura fantástica em que eu desenvolveria todo o meu potencial.  Eu era uma menina, aos 17 anos não pude nem assinar o contrato com a universidade sozinha. Iniciei o curso, mas ainda não estava satisfeita. No terceiro semestre ainda chorava bastante pensando em desistir. Mas, tive paciência. Sabe, uma coisa que aprendi nesses anos de vida é que paciência e tempo são ingredientes importantes para nos sucedermos. 

No próximo post, contarei sobre como foi meu caminho durante o curso e quando, finalmente, comecei a gostar de Direito. Aguardem!!!

Um beijo,

Talitha Krenk



WELCOME

Olá! Agora sou oficialmente uma blogueira. Criei esse espaço para dividir um pouco da minha trajetória acadêmica com vocês e auxiliar aqueles que, assim como eu, um dia sonharam em ter uma carreira no exterior.

Espero que vocês aprendam bastante com os meus posts, e que eles sirvam de incentivo para que através dos estudos, vocês consigam realizar os seus sonhos.

Um beijo,

Talitha Krenk